Café philo | Foucault e Deleuze os intelectuais e o poder

Discussão do papel do intelectual diante da crise do marxismo e da desconfiança na representação política. O intelectual é aquele que fala em nome dos que “não tem voz” na sociedade? Ele é uma consciência representante ou representativa, ou é aquele que reconhece a indignidade de falar pelos outros? O intelectual não faz parte, enquanto consciência representativa, do mesmo sistema de poder que impede e barra os saberes e discursos tornados insignificantes? Foucault e Deleuze entendem que deixa de ter sentido pensar que o intelectual é o representante de uma classe, aquele que dita lei a ser seguida pelo governante, o mestre da verdade e da virtude. A elaboração teórica não é capaz de determinar a prática. Toda teoria é uma prática (Foucault), uma caixa de ferramentas (Deleuze): é preciso que ela sirva e funcione. Teorizar não é totalizar, mas multiplicar. Deixa de ser papel principal do intelectual a luta por uma “tomada de consciência”. Sua tarefa precípua consiste em se colocar ao lado de todos aqueles que tentam escapar dos ardis do abuso do poder e suas sutilezas, seja em suas instâncias superiores seja na trama das práticas sociais que nos são imediatas e próximas.

Palestrantes:

Prof. Dr.Cesar Candiotto (PUCPR)
Prof. Dr.Eladio Craia (PUCPR)

Data: 6/10 (sexta)
Horário: 19h30
Local: Café Babette
Evento aberto ao público e gratuito

Café Philo | Sartre, Merleau-Ponty e o marxismo na França

Sartre e Merleau-Ponty, os dois maiores nomes da fenomenologia e do existencialismo francês, militantes da resistência francesa durante a segunda guerra mundial, autores de obras monumentais, debateram intensamente o marxismo, o stalinismo e as relações entre história e politica. Esses debates, travados por conferências e escritos públicos ou por meio de cartas, além de por fim a uma longa amizade, legaram, sem dúvida alguma, uma das mais fecundas análises sobre o pensamento e as políticas de esquerda que marcaram a primeira metade do século XX. Além do mais, quando retornamos ao pensamento de Sartre e Merleau-Ponty, reencontramos a significação ontológica e a natureza ambígua referente a toda forma engajamento político e intelectual. Pois, como estabelece Sartre, se estamos inevitavelmente comprometidos com o nosso tempo, também deveríamos assumir a nossa responsabilidade e, no domínio da “boa-fé”, nos arriscarmos a “sujar as mãos” pelas causas que escolhemos como verdadeiras. Todavia, como escreve Merleau-Ponty, deveríamos quando agimos e escolhemos ter sempre em conta que a aparência dos fatos presentes escapa ao sentido global da história, sentido que, muito provavelmente, nunca alcancemos completamente.

Palestrantes:

Prof. Dr.Leandro Cardin (UFPR)
Prof. Dr.Rodrigo Alvarenga (PUCPR)

Data: 01/09
Horário: 19h30
Local: Café Babette
Entrada gratuita

Café philo | A esquerda no Brasil e os movimentos sociais

Palestrantes:

  • Prof. Dr. Jelson Oliveira (PUCPR)
  • Prof. Dr. Ericson Falabretti (PUCPR)

 

Café Philo | Mulheres de esquerda

Palestrantes:

Profa. Dra. Júlia Francisca Gomes Simões Moita (UFU)
Profa. Dra. Vilma Aguiar (UFPR)

“A influência do pensamento marxista na ação do movimento e no corpo teórico feminista. As relações entre categorias clássicas cunhadas por Marx/Engels e a opressão sexual específica sofrida pelas mulheres. O pioneirismo de Alexandra Kolontay e Clara Zetkin. O feminismo socialista da Segunda Onda Feminista: Juliet Mitchell, Angela Davis e Simone de Beauvoir.”

Data: 2/06
Local: Café Babette (Prudente de Moraes, 1101)
Horário: 19h30
Entrada franca e aberta ao público

Café philo | Marx e o marxismo

 

Prof. Dr. César Bueno (PUCPR)

Prof. Dr. Elton Barz (UNICENTRO

 

Há 199 anos nascia Karl Marx, um dos teóricos mais importantes da história da humanidade. Filósofo, Sociólogo, Historiador e Economista Marx, juntamente com o seu amigo e interlocutor Friedrich Engels, produziu a crítica mais fecunda ao sistema capitalista ao revelar o vínculo estrutural entre produção econômica, dominação de classe e alienação. Mas, juntamente com a crítica, também encontramos a proposta marxista de uma revolução, de um novo mundo sem propriedade privada e sem divisão de classes, como podemos reencontrar sinteticamente em alguns dos mais célebres bordões marxistas: – “Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.” – “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”. – As revoluções são a locomotiva da história. – “As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante.”

Da crítica à revolução, a obra de Marx reuniu uma verdadeira legião de intelectuais, políticos, admiradores e críticos que ainda falam, contrariamente, da grandeza, do terror e do fim do marxismo. Como ainda temos liberdade para falar sobre Marx e o marxismo, e para não ficar apenas nos bordões a Aliança Francesa de Curitiba e o Programa de Pós-graduação em Filosofia da PUCPR promovem uma discussão sobre o legado e a atualidade do marxismo.

Nosso debate pretende contribuir para o conhecimento da obra e vida de Karl Marx e Frederich Engels. Passaremos por suas principais obras e suas lutas políticas que contribuíram para o fortalecimento do movimento operário e o crescimento e instrumentalização do socialismo . Nosso debate também vai tentar pontuar como a obra de Marx trouxe para as ciências humanas novidades como o materialismo histórico e o tentativa sobre a superação do Idealismo. Mais sem duvida tentaremos demonstrar que de sua reflexão promoveu a inovação e a compreensão dos debates relacionados aos direitos Humanos e com toda certeza não podia faltar que sua investigação revolucionou o entendimento e o funcionamento do capitalismo. Entender o capitalismo hoje sem passar pelas obras de Marx e Engels é uma reflexão incompleta.

Num segundo momento mostraremos como se formou, se estruturou e contribui com a política moderna o movimento surgido a partir dos trabalhos de Marx e Engels. O dito Marxismo que também é pauta certa para a compreensão da política na contemporaneidade

Café philo | 100 anos da Revolução Soviética

X – CAFE PHILOSOPHIQUE

O pensamento de esquerda: história, legado e atualidade.

Curadoria: Ericson Falabretti (PUCPR)
Palestrantes: Wilson Maske (PUCPR) & Prof. Dr. Renato Carneiro (Diretor do Museu Paranaense)

O ano de 2017 marca os 100 anos da Revolução Russa. É o momento adequado para se fazer um balanço daquela que
talvez tenha sido a mais importante revolução do século 20. Mais importante não apenas por ter ocorrido num dos mais influentes países do mundo, que na ocasião ainda tinha um governo que representava a autocracia absolutista, típica dos séculos anteriores, mas também por colocar em prática os princípios ideológicos dos socialistas e testá-los. O resultado desse experimento, a URSS, marcou profundamente o século 20. Os grandes conflitos do período: a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria tiveram a União Soviética como protagonista, assim como sua ideologia influenciou poderosamente conflitos em todos os continentes, fomentando revoluções e desafiando o poder estabelecido, dando lugar a regimes igualmente questionáveis. Apesar da aparência de solidez, a URSS desapareceu rápida e melancolicamente em 1991, mais como resultado de suas fragilidades internas, decorrentes da aplicação da teoria socialista na prática, que foi rejeitada pela maior parte de seu público interno, do que a oposição externa representada pela Guerra Fria. O objetivo da presente discussão, é analisar o papel da URSS no século 20, à luz das relações internacionais e da história.

Data: 07/04
Local: Café Babette
Horário: 19h30-21h
Gratuito e aberto ao público

Promoção: Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCPR e Aliança Francesa de Curitiba.

Sarau histoire | Catarina de Médicis

CATARINA DE MÉDICIS: UMA RAINHA TROP MACHIAVÉLISTE NA FRANÇA RENASCENTISTA

Invertendo o sentido pejorativo e negativo da referência maquiaveliana às intenções e ações da esposa italiana do rei francês Henrique II, proponho uma reflexão sobre os múltiplos e ambivalentes significados do exercício do poder político por parte de uma mulher estrangeira. Por muito tempo a imagem de Catarina foi muito distorcida, associada ao anti-italianismo prevalecente na França quinhentista, aos trágicos acontecimentos da Noite de São Bartolomeu (1572) e às guerras religiosas que colocaram em ameaça a unidade do reino francês na segunda metade do século XVI, bem como à rejeição por parte dos escritores políticos católicos e protestantes que as mulheres exercessem o poder. Recorrendo às biografias mais recentes de Catarina de Médicis e à história das mulheres no período renascentista espero contribuir para uma aproximação mais verossimilhante da vida de uma mulher inteligente, ambiciosa e profundamente dedicada à sua família e à França.

Palestrante: Ana Paula Vosne Martins.
Curadoria: Prof.a Maria Cecilia Barreto Amorim Pilla | Coordenadora do Programa de Pós-Graduação
Data: 17/11
Horário: 19:30
Local: Café Babette (Prudente de Moraes, 1101 – Centro)
Entrada franca. Evento aberto ao público

Sarau histoire | Cristina da Suécia

Cristina da Suécia, a rainha da neve.

Cristina nasceu numa fria noite de dezembro de 1626. Quando nasceu, as parteiras pensaram que fosse um menino, mas logo se aperceberam de que talvez se tratasse de uma menina. Rumores e comentários sobre o assunto não faltaram. O rei não ligou, adorou de imediato a criança. A mãe preferia os anões da corte.
Aos cinco anos de idade, com a morte do pai, Gustavo Adolfo, herdou o trono de uma das grandes potências europeias da Era Moderna, a Suécia.
Aos 23 anos abdicou do trono sueco para converter-se ao catolicismo, para espanto do mundo. O papa aplaudiu eufórico: a filha do campeão do luteranismo sendo recebida no seio da Santa Madre Igreja Católica Romana. Talvez depois tenha se arrependido da empolgação. Ansiosa por receber a Santa Ceia das mãos do papa, abandonou a gelada e monótona Suécia, pela ensolarada e vibrante Roma. Teve a mais fina educação, mas se comportava muitas vezes como um soldado ou um dono de taberna. Muitas vezes se vestia como eles.
Foi descrita como erudita, lésbica, prostituta, mecenas, filósofa, hermafrodita, benfeitora, assassina, ateia, heroína. Mas não correspondeu a nenhum desses rótulos e ainda hoje sua vida é cercada por véus de mistério.

Palestrante: Wilson Maske.
Curadoria: Prof.a Maria Cecilia Barreto Amorim Pilla | Coordenadora do Programa de Pós-Graduação
Data: 27/10
Horário: 19:30
Local: Café Babette (Prudente de Moraes, 1101 – Centro)
Entrada franca. Evento aberto ao público

Sarau histoire | Maria Antonieta: uma rainha amada e odiada

Maria Antonieta , austríaca de nascimento e francesa por meio de seu casamento foi arquiduquesa da Áustria e rainha consorte da França. Casou-se aos quatorze anos de idade, com o futuro Luís XVI, como tentativa de estreitar os laços entre dois inimigos históricos. No inicio de sua vida em Versalhes foi vigiada , observada e detestada por muitos membros da corte francesa.Algum tempo depois foi inspiração e referência de moda e comportamento.Uma personagem histórica polêmica e conhecida pela frase que nunca disse .Foi considerada em sua época por muitos , inclusive pela imprensa, como perdulária e promíscua. Muito retratada em biografias, filmes e livros como frívola e até mesmo como uma das causadoras da Revolução Francesa, dividiu opiniões e provocou novas pesquisas levando a questionamentos sobre sua conduta e fama, levando muitos a considerarem um rainha injustiçada.

Palestrante: Daniele Rocha Saucedo.
Curadoria: Prof.a Maria Cecilia Barreto Amorim Pilla | Coordenadora do Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Direitos Humanos e Políticas Públicas da PUCPR
Local: Café Babette
Horário: 19h30
Gratuito

Sarau histoire | Margarida de Valois

Margarida de Valois, Rainha de Navarra – A Noiva da Noite de São Bartolomeu

Em meio às Reformas Religiosas e ao fortalecimento das Monarquias Nacionais, em 1553, nasceu na corte francesa a sétima filha dos monarcas Catarina de Médici e Henrique II, Margarida de Valois. Depois da morte do seu pai, em 1559, seus irmãos foram sucessivamente ocupando o trono da França, mas era a sua mãe quem equilibrava o jogo político de uma nação dividida entre católicos e protestantes. Catarina de Médici procurou para a sua filha um matrimônio que pudesse dar bons frutos à França. Quando Margarida de Valois casou-se com Henrique, rei de Navarra, em agosto de 1572, o evento que deveria simbolizar a paz trouxe violência e mortes. A agora Rainha de Navarra acabou assistindo da porta do seu quarto um grande massacre de huguenotes, assassinados dentro e fora do Louvre, o que reiniciou as guerras religiosas. Mas essa rainha não foi só a noiva da conhecida Noite de São Bartomoleu. Apesar dos conflitos políticos nos quais estava, inevitavelmente, envolvida, ela tornou-se uma mulher letrada que reunia em torno de si um círculo de homens sábios. Foi, ainda, uma das primeiras esposas que tentou construir um casamento em que pudesse existir o sentimento da amizade. Nas reviravoltas de sua vida, Margarida fez questão de relatar os acontecimentos a partir de seu próprio ponto de vista, sendo que as suas Memórias são um dos primeiros registros desse gênero literário escrito por uma mulher nesse período. É esse tão rico documento, a própria escrita da rainha, que nos permitirá falar sobre a sua vida, das suas tragédias às suas alegrias.

Palestrante : Beatriz Zechlinski
Data : 25/08
Horário: 19h30
Local: Café Babette (Prudente de Moraes, 1101)
Entrada: gratuita e aberta ao público
Contato: contato@afcuritiba.com.br ou 3223.4457