Voltamos com os encontros “Sarau histoire” para falar esse ano das “favoritas” dos grandes chefes de Estado da História. A história deste mês é sobre: Domitila de Castro, Marquesa de Santos: uma Pompadour dos trópicos?
Talvez nenhuma mulher tenha sido tão debatida e comentada na História do Brasil como a Marquesa de Santos. Considerada devassa, corrupta, astuta, maliciosa por muitos, era antítese da quase santa imperatriz Leopoldina e exemplo claro de como uma mulher recatada e do do lar não deveria ser. Originária de uma família da classe de proprietários e militares paulistas, Domitila ascendeu da pequena e provinciana São Paulo do início século XIX para a invejável posição de primeira concubina do Império, amante declarada do imperador do Brasil, Dom Pedro I. Isso lhe possibilitou conquistar a independência financeira, pois soube entrar nos jogos de poder político e econômico, beneficiando a si e a seus parentes.
Mas a morte da imperatriz foi também o início de seu declínio como cortesã, ainda que não escondesse a ambição de ocupar oficialmente o lugar de Leopoldina, com a morte desta. Mas nem Pedro, nem a corte permitiram que Domitila ocupasse este papel e a exilaram. Mas sua saída da corte, que muitos consideravam seu fim, não o foi. Em São Paulo soube construir uma vida de mulher independente, casando com quem quis, tendo vários filhos, aumentando sua fortuna e fazendo sempre o que queria, desafiando o que a sociedade esperava de uma mulher na época de ouro do Império do Brasil. Mas mais do que isso, a Marquesa de Santos se tornou uma lenda.
Data: 18/05
Horário: 19h30
Palestrante: Prof. Dr. Wilson Maske
Curadoria: Prof.a Maria Cecilia Barreto Amorim Pilla